Segundo as tradições religiosas, 2015 é o ano de São Jorge – ou Ogum, nas religiões afrobrasileiras. O dia deste que é considerado um dos santos mais venerados do catolicismo é comemorado em 23 de abril. Porém, ao longo de todo o ano, será possível acompanhar diversas homenagens e eventos em celebração à sua imagem. É lembrado, principalmente, por sua valentia, como o santo que mata o dragão. É padroeiro de cidades como Gênova, de regiões inteiras Espanholas, de Portugal, da Lituânia e da Inglaterra.
A lenda
Um horrível dragão saía, de vez em quando, das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade, provocando a morte graças a seu hálito fatal. Para afastar o mal, alguns povos ofereciam alguns jovens como vítima, por meio de sorteio. Um dia, a filha do Rei foi sorteada. O Rei, sem nada poder fazer, acompanhou-a até o seu destino, sem esperança de que pudesse fazer algo para mudá-lo. Até que apareceu um cavaleiro corajoso, vindo da Capadócia. O guerreiro tirou a espada e reduziu o dragão a um manso animal, que foi levado preso numa corrente até a cidade, com admiração de todos os habitantes, até então apavorados. Jorge afirmou que estavam seguros e que vinha em nome de Cristo vencer o dragão e converter a todos. São Jorge foi condenado à morte por ter renegado os deuses do Império. Depois de muita tortura, São Jorge manteve-se vivo, corajoso e com fé, o que fez com que a própria mulher do Imperador se convertesse. Por fim, ele inclinou a cabeça e uma espada, ironicamente, pôs fim à sua vida jovem.
São Jorge nas artes
No Museu do Louvre, em Paris, há um famoso quadro de Rafael (1483-1520), intitulado “São Jorge Vencedor do Dragão”. Na Itália, existem muitos quadros célebres – um deles, está em Veneza, do pintor Carpaccio (1450-1525), e outro foi pintado por Donatello (1386-1466).
O Castelo de São Jorge
O monumento mais visitado de Lisboa, em Portugal, tem o nome do Santo padroeiro dos cavaleiros e cruzadas. E não é uma coincidência: o forte foi construído pelos muçulmanos em meados do século XI e era o último reduto de defesa para as elites que viviam na cidade.
Após 1147, quando o primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, conquistou Lisboa, até o início do século XVI, o Castelo teve seu período áureo enquanto espaço cortesão, acolhendo o Rei, a Corte, o Bispo, entre outros. Foi o local escolhido para a recepção de personagens ilustres, nacionais e estrangeiros, e para a realização de festas e aclamação de Reis.
Em 1580, com a integração de Portugal e Espanha, o Castelo ganha um caráter militar, até o início do século XX. Novos espaços surgem e, no século XIX, toda a área está ocupada por quartéis. Em 1938-40, com obras de restauro, redescobre-se o Castelo e os vestígios do antigo espaço real, quando antigas construções são resgatadas e o monumento readquire sua imponência. Já no fim do século XX, investigações arqueológicas são realizadas e constatam a antiguidade da ocupação no topo da colina, confirmado o valor histórico inestimável que fundamentou a classificação do Castelo como Monumento Nacional, por Decreto de 1910.
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