No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data celebrada mundialmente para marcar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
Na Arte Sacra, nomes importantes fizeram história por desafiar limites impostos pela sociedade e pelos homens. Nesta série, relembramos algumas delas.
Santa Filomena
Santa Filomena nasceu em uma cidade-estado chamada (Corfu) na (Grécia), filha de pais nobres. Ainda muito jovem, aos 13 anos, foi prometida ao Imperador Diocleciano para ser sua esposa em troca da pacificação de confrontos políticos. O Imperador, por sua vez, impressionou-se com a beleza da jovem. Ao crescer, porém, enfrentou o tirano e recusou-se a casar. Assim, ele ordenou que a colocassem num cárcere e a flagelassem sangrentamente. Tendo sido curada miraculosamente deste suplício, foi ordenado que ela fosse lançada ao rio Tibre com uma âncora amarrada ao pescoço. E como a correnteza a levasse até a margem do rio, apesar da âncora, o Imperador ordenou que a ferissem com flechadas. Com o corpo todo ferido pelas flechas, a jovem foi lançada novamente no cárcere. Entretanto, no dia seguinte, conta a tradição que Filomena foi encontrada com o corpo sadio e sem qualquer marca de ferimento. O cruel tirano ordenou, então, que a ferissem com flechas em chamas. Estas, porém, voltaram-se contra os arqueiros. Por fim, a jovem heróica foi decapitada, por ordem do Imperador.
Santa Clara
Clara de Assis, em italiano Santa Chiara d’Assisi, foi a fundadora do ramo feminino da ordem franciscana, a chamada Ordem de Santa Clara (ou Ordem das Clarissas). Pertencia a uma família nobre e era dotada de grande beleza. Destacou-se desde cedo pela caridade e pelo respeito. Enfrentando a oposição da família, que pretendia arranjar-lhe um casamento vantajoso, aos dezoito anos abandonou o seu lar para seguir Jesus. Para isto foi ao encontro de São Francisco de Assis na Porciúncula e fundou o ramo feminino da Ordem Franciscana, também conhecido por “Damas Pobres” ou Clarissas. Viveu na prática e no amor da mais estrita pobreza. Quando da invasão de Assis pelos sarracenos, Santa Clara apanhou o ostensório com a hóstia consagrada e enfrentou o chefe deles, dizendo que Jesus Cristo era mais forte que eles. Os agressores, tomados de repente por inexplicável pânico, fugiram. Por este milagre Santa Clara é representada segurando o Ostensório na mão.
Santa Bárbara
Santa Bárbara foi uma jovem nascida na cidade de Nicomédia (na região da Bitínia), atual Izmit, Turquia nas margens do Mar de Mármara, isto nos fins do século III da Era cristã. A moça era a filha única de um rico e nobre habitante desta cidade do Império Romano chamado Dióscoro. Por ser filha única e com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu fechá-la numa torre. Por ser muito bela e, acima de tudo, rica, não lhe faltavam pretendentes para casamentos, mas Bárbara não aceitava nenhum. Dióscoro estava convencido que as “desfeitas” da filha justificavam-se pelo fato dela ter ficado trancada muitos anos na torre. Então, ele permitiu que ela fosse conhecer a cidade; durante essa visita ela teve contato com cristãos, que lhe contaram sobre os ensinamentos de Jesus. Em certa ocasião, seu pai “decidiu construir uma casa de banho com duas janelas para Bárbara. Todavia, dias mais tarde, ele viu-se obrigado a fazer uma longa viagem. Quando voltou, reparou que a torre onde tinha trancado a filha tinha três janelas em vez das duas que ele ordenou. Ao perguntar à filha o porquê das três janelas, ela explicou que isso era o símbolo da sua nova Fé. Este fato deixou o pai furioso, pois ela se recusava a seguir a Religião da Roma Antiga. Debaixo de fúria, Dióscoro denunciou a própria filha ao prefeito Marciniano que a mandou torturar numa tentativa de fazê-la renunciar sua fé, o que não aconteceu. Assim, Márcio condenou-a a morte por degolação. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo chão, um imenso trovão estrondou pelos ares fazendo tremer os céus – ela passou a ser conhecida como protetora contra relâmpagos e tempestades.
Santa Luzia
Luzia nasceu na cidade italiana de Siracusa e era de uma família rica e cristã. Era considerada como uma das jovens mais belas de sua cidade. Um dia, revelou à mãe viúva que tinha feito um voto de castidade a Jesus, e que iria distribuir todos os seus bens aos pobres. Ao chegar em casa começaram a distribuir todos os seus bens aos pobres. Tomando conta do que estava a suceder, um jovem muito rico e pagão, politeísta de nascença, que já era apaixonado por Luzia, foi perguntar à mãe de Luzia o motivo de tanto esbanjamento de dinheiro, ao que Eutíquia respondeu: "Luzia é muito providente e é porque achou bens do Paraíso Celeste muito mais valiosos do que esses que estamos fazendo isso”. O jovem não entendeu o significado de “bens” do Paraíso Celeste, por isso entendeu como quis e voltou para casa. Os dias foram-se passando e Luzia e sua mãe iam dando mais e mais dinheiro aos necessitados, e por isso o jovem logo teve a certeza que Luzia era cristã, tendo-a denunciado ao governador (prefeito romano) de Siracusa Pascasio, o qual ficou furioso com a grande fé cristã de Luzia, tendo-a mandado ao Imperador Diocleciano, que tentou persuadi-la a se converter. Vendo que nada a convertia decidiu-se pelo seu martírio. Mandou-a para uma casa de prostituição, mas foi em vão: ninguém conseguia tirar Luzia dali. Os soldados saíram envergonhado. Tentaram atear-lhe fogo, o que fez com que rezasse e as chamas nada fizeram contra ela. Foi-lhe então aplicado o castigo mais cruel depois da degolação: um soldado, a mando do imperador, arrancou-lhe os olhos e entregou-lhos num prato. Mas nasceram-lhe no rosto dois lindos olhos sãos. Vendo que nada a convencia a converter-se ao paganismo, deceparam-lhe a cabeça. É hoje venerada como a “Santa da Visão”.
Santa Joana D’Arc
Joana d’Arc (1412-1431) foi heroína francesa da Guerra dos Cem Anos, travada entre a França e a Inglaterra. Foi beatificada em 1920 e hoje é a Santa Padroeira da França. Joana acreditou na voz e na ordem que ouvia e lhe encorajava a expulsar os ingleses da França e coroar o legítimo rei Carlos VII. Com dezesseis anos viajou para Chinon. Chegando ao castelo foi interrogada por bispos e cardeais e ganhou a confiança de Carlos VII. Recebeu o título de chefe de guerra e liderando a tropa, durante três dias, com violentas investidas e expulsou os ingleses na cidade de Orléans. Na Batalha de Compiègne perto de Paris, adversários franceses de Carlos VII conseguiram prender e entregar Joana aos ingleses. Julgada e condenada foi queimada em praça pública no dia 30 de maio, acusada de herege e feiticeira, por um tribunal eclesiástico.
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