Apesar de ser utilizada para denominar o evento de pré-inauguração de uma exposição, a palavra vernissage carrega uma importante parte da história da arte. De origem francesa, ela foi adotada pelas línguas portuguesa e espanhola pare referir-se à cerimônia exclusiva para convidados, imprensa e formadores de opinião terem acesso antecipado às obras exibidas. A língua inglesa já refere-se à ocasião como opening.
Sua origem, porém, é bastante curiosa. No século XIX, os Salões de Arte de Paris já utilizavam a palavra na prática, mas foi em 1809 que a Royal Academy of Arts de Londres formalizou a atividade: vernissage era o dia em que os artistas podiam dar retoques em suas obras e aplicar uma última mão de verniz para que as peças ficassem mais brilhantes. Logo, a prática tornou-se uma tradição.
A evolução do vernissage
Com o tempo, pintores fizeram do vernissage um hábito. O pintor inglês William Turner, por exemplo, tornou-se famoso por fazer alterações expressivas em suas peças no dia do vernissage. Passou a ser comum, então, chamar colegas para o momento em que a tela iria receber a última mão de verniz. Assim, a prática evoluiu para tornar-se um momento de confraternização, incluindo eventual serviço de bebidas e comidas.
O dia do vernissage, assim, começou a atrair cada vez mais amigos, parentes, críticos e clientes interessados em adquirir as obras com exclusividade. Logo, o evento passou a se referir, basicamente, ao dia de abertura da exposição limitado a convidados - antecedendo a abertura para o público em geral.
Vernissage passou a ser visto, também, como uma oportunidade de encontrar o artista pessoalmente, fazer relacionamento com curadores e colecionadores e estreitar laços por meio de brindes exclusivos - como catálogos, por exemplo.
A história do verniz
A história da arte mostra que a cobertura final das obras era feita, no passado, com ingredientes diversos - da clara de ovo a diferentes tipos de cera. A partir do século XVIII, o verniz passou a ser utilizado com frequência entre artistas.
Verniz é uma solução sem pigmento. Pode ser desenvolvido com resinas sintéticas ou naturais, em óleos ou outros elementos, e funciona como um revestimento protetor de superfícies, formando uma película transparente que acentua a textura revestida. Ele pode secar por evaporação, oxidação ou polimerização de seus constituintes.
O verniz à óleo é uma solução de resina natural ou sintética com óleo secativo e solvente volátil. O óleo diminui a fragilidade natural da resina, mas como o solvente é volátil, ele não forma película. Essa opção era muito utilizada antigamente e tinha grande importância, mas foi substituída pelo verniz de base alquídica (ácido, álcool e óleo secante) ou uretana (composição ácida) - que garantiu maior durabilidade, menos amarelecimento e aplicação mais fácil.
Com o objetivo de reduzir poluentes e facilitar a limpeza de ferramentas, desenvolveu-se o verniz à água. O verniz a álcool, por sua vez, é uma solução de resina com solventes voláteis que seca mais rápido, mas é mais quebradiço. Assim, pode descascar com o passar do tempo. Um bom exemplo de verniz a álcool é a famosa goma-laca - solução em metanol ou álcool etílico.
Fontes: Brasil Escola, História das Artes
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