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História - Cores e Pigmentos

A história de uma peça de arte começa ainda nas cores escolhidas. Cada pigmento traz consigo um mundo de acontecimentos e relações que explicam a existência de muitas características da arte que vemos hoje. Muito do que se sabe sobre a origem dos pigmentos é explicado pelo historiador e diretor do Museu de Arte Forbes, em Harvard, Edward Waldo Forbes – o pai da conservação da arte nos EUA.


Ao longo de anos, Forbes viajou pelo mundo acumulando pigmentos para autenticar pinturas clássicas italianas. Após sua morte, em 1969, o tempo encarregou-se de fazer sua coleção – Forbes Pigment Collection – tornar-se conhecida, com mais de 2500 amostras, cada uma com sua história de origem, produção e uso.


Hoje, o guardião da coleção de Forbes é Narayan Khandekar, atual diretor do Centro Straus de Estudos Técnicos e de Conservação do Museu de Arte de Harvard. Durante os últimos dez anos, ele reconstruiu a coleção para incluir pigmentos modernos, com o objetivo de melhor analisar a arte contemporânea. Um dos exemplos da importância de seu trabalho foi a prova de que a pintura do mestre Jackson Pollock, descoberta em 2007, era falsa – já que a cor vermelha na tela havia sido fabricada, segundo a análise de pigmentos, 20 anos após a morte de Pollock.



“Todo pigmento tem a sua história.” – Narayan Khandekar



Para o site Fast Company, Khandekar revelou um pouco do que sabe sobre os dez pigmentos mais raros e interessantes da coleção Forbes.

Synthetic Ultramarine - cor descoberta em 1826, como resultado de um concurso.

Mummy Brown - pessoas costumavam ir atrás de múmias, no Egito, para extrair um material marrom que se desprendia dos corpos dos mortos e ficavam nos tecidos nos quais eram enfaixados. Esta espécie de resina era transformada em pigmento, um tipo muito estranho de pigmento, mas muito popular nos séculos 18 e 19.


Pau-Brasil - proveniente da árvore de mesmo nome, descoberta pelos portugueses que colonizaram nossas terras, o pigmento era uma espécie de resina vermelha que foi muito utilizada pela indústria têxtil europeia.


Quercitron - tintura vegetal amarela extraída da casca do carvalho escuro, nativo de algumas regiões dos Estados Unidos.


Annatto - planta que conhecemos aqui como Urucum. O pigmento dela é um corante natural de tom alaranjado, utilizado tradicionalmente pelos povos indígenas da América do Sul.


Lapis Lazuli - sua beleza intensa sempre foi apreciada ao longo de séculos, por diversas culturas. Foi usado para obras de arte de elevado valor como a máscara de Tutankhamon e na decoração do Taj Mahal. Artistas do Renascimento escolheram o pigmento para embelezar as vestes de Jesus Cristo e da Virgem Maria. O mineral que deu origem à cor chegou a ser mais valioso que ouro. Acredita-se que seja o pigmento mais caro já criado na história.


Dragon’s Blood - pigmento conhecido como “Sangue de Dragão” era feito da seiva de uma árvore do sudeste asiático e apresentava uma cor vermelho brilhante.

Cochineal - corante vermelho retirado de besouros esmagados.


Cadmium Yellow - tom de amarelo introduzido em meados do século 19. É proveniente do cádmio, um metal pesado e muito tóxico. No início do século 20, o cádmio vermelho também começou a ser utilizado, e até os anos 1970, os blocos de LEGO eram coloridos com este pigmento, até serem proibidos no mercado.


Emerald Green - verde esmeralda, também conhecido como verde-paris, é o nome de um composto descoberto em 1808, o acetoarsenito de cobre. A substância foi muito utilizada por artistas da época, incluindo Van Gogh, mas foi banida das tintas depois do envenenamento de diversos pintores. Em 1867, começou a ser usado como pesticida, mas logo foi proibido por conta de sua alta toxidade. Fonte: Pop.com.br


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