Olha que boa notícia pra fechar setembro com chave de ouro: Minas ganhou um novo museu! É claro que a gente adorou a notícia.
O Museu de Sant’Ana foi inaugurado semana passada, em Tiradentes – que já é uma cidade reconhecida pela riqueza em termos de arte sacra e barroca. A antiga cadeia da cidade, prédio com mais de 300 anos, foi restaurada e, agora, abriga um acervo com cerca de 300 peças centenárias com diferentes representações da avó de Jesus, a protetora dos lares e da família.
A coleção é composta por peças produzidas na Europa e no Brasil, entre os séculos 17 e 20, um acervo que demorou 40 anos para ser construído. O Museu de Sant’Ana é um dos museus criados a partir de peças da colecionadora mineira Ângela Gutierrez – assim como o Museu de Artes e Ofícios (Belo Horizonte) e o Museu do Oratório (Ouro Preto). Todas foram doadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O fato de se ter 291 peças com a mesma temática permite comparações ao longo do tempo, permite comparações de origem, comparações estilísticas. Além do fato, claro, de estar tratando de uma arte com influência erudita, mas também com uma marca forte de fatura popular pelo fato de que são, sobretudo, santos domésticos. Santos do culto doméstico”, disse a presidente do Instituto, Jurema Machado, em entrevista ao G1.
Agora, sobre o museu. Além das peças, existe todo um desafio por trás do cenário e do local que vai abrigá-las, para seguir normas impostas pelo governo e para proteger, da melhor forma, esse rico patrimônio. As salas para a exibição das imagens têm estantes metálicas, para não atraírem cupins e fungos e não influenciarem a madeira das peças. A iluminação é distribuída de modo uniforme pelas esculturas e cada sala tem uma estante de cor diferente. “O objetivo é mostrar da melhor forma possível as imagens de Sant’Ana, e, claro, de forma didática”, explicou Pedro Mendes, arquiteto responsável pelo projeto.
Enfim, são inúmeras imagens de valor inestimável. Na maioria delas, Sant’Ana é representada ao lado de uma Maria jovem. Em outras, com a filha e o neto. Há, ainda, uma vitrine própria para as Paulistinhas – imagens pequenas e portáteis. Na seção das Sant’Anas esculpidas por escravos, encontramos imagens fora dos padrões europeus. E, pra completar, as salas possuem totens touch screen: é só tocar na silhueta da imagem que aparece a ficha completa da peça. Uma mistura irresistível de tradição e modernidade que só agrega valor ao nosso patrimônio cultural.
Confira algumas imagens do acervo (em sentido horário):
- Sant'Ana Mestra, século XVIII, Bahia
- Sant'Ana europeia e Sant'Ana africana
- Paulistinhas
- Sant'Ana e Maria
Imagens: Viaje na Viagem e Site Encontro
Commentaires