Na quarta parte da nossa série sobre o Museu de Arte Sacra de SP, vamos mostrar um pouco da exposição disponível no Museu até o dia 28 de abril: 459 Paulistinhas. Trata-se de uma homenagem ao aniversário da cidade, que inclui uma vasta coleção dessas peças.
Pra quem não conhece, paulistinha é um gênero da escultura sacra do nosso país, muito característico da região do Vale do Paraíba, nos séculos XVIII, XIX e início do século XX. São pequenas imagens de interior oco e base redonda, confeccionadas, na maioria das vezes, com barro cozido ou madeira – materiais comuns da época. São peças domésticas, populares, policromadas, com traços mal acabados e pinturas foscas.
Na exposição em cartaz, são apresentados diversos modelos dos principais santos de devoção brasileira, em peças com altura de 5 a 30 cm. Um dos principais santeiros da época é o artista Dito Pituba, que, por muitos anos, forneceu essas imagens para os habitantes manterem em suas casas, utilizando-as como símbolo de devoção. O artesão destacou-se, então, nessa arte e grande parte das peças são de sua autoria.
Além da produção de paulistinhas, Dito Pituba confeccionou também oratórios para abrigar essas pequenas imagens. A peça em exposição foi adaptada a partir de um caixote de madeira, confeccionado para guardar bacalhau. Foram agregados ornamentos, frontão, pináculos e portas, bem como uma estrutura retangular que formou a gaveta. Criada no século XIX, a peça é ricamente policromada.
Vale muito a pena a visita!
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